Alberto da Cunha Melo |
(Para José Luiz de Melo)
Quando a chuva vier, verás repletos
os buracos que tens na tua mão,
e só assim não mais os teus insetos
se enforcam nas roseiras do sertão.
Esconde no teu corpo os indiscretos,
Esconde no teu corpo os indiscretos,
os caprinos anelos de evasão:
quando a chuva vier, verás quieto
se inúteis todos eles na estação.
Limpa dos homens, da semente, a cova
Limpa dos homens, da semente, a cova
que um deus menor cavou disposta em cruz,
e aproveita da terra, à lua nova,
seus olhinhos de mato, seus umbus:
seus olhinhos de mato, seus umbus:
- que não demora o espaço que renova
seu orvalho, seu Pan, seus urubus.
Esse poema, sob a forma de soneto e ainda inédito, foi por Alberto da Cunha Melo dedicado ao nosso companheiro e amigo comum do jornal “Dia Virá”, e hoje médico José Luis de Melo.
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