quinta-feira, 24 de julho de 2008

LIVROS - RESENHA DE ALBERTO DA CUNHA MELO AO LIVRO "EXERCÍCIOS CIRCUNSTANCIAIS" de Pedro Vicente Costa Sobrinho

“Este é provavelmente o mais representativo livro de Pedro Vicente. Nele, o leitor encontrará um pouco de cada uma das faces de um dos seres mais poligonais que conheço, e o conheço desde a adolescência. É uma das raras personalidades de corte renascentistas, a resistir à coercitiva voragem da especialização empobrecedora dos tempos atuais. Sociólogo, político e crítico de arte dos mais sérios já nascidos em solo nordestino, só recentemente dispôs-se a registrar em livro seus ensaios, onde revela justamente aquilo que destaca em Marx: o rigor analítico de seu pensamento. Pedro Vicente estaria completo neste livro se não faltasse uma de suas mais cativantes atuações, a de “agitador” cultural. Por onde passa, coloca toda a sua densa experiência a serviço das artes e dos livros. No Rio Grande do Norte, como ontem no Acre, em São Paulo, em Pernambuco, etc., seu espírito alegre e transbordando de energia está sempre levando adiante um projeto cultural. Numa entrevista para o jornal “O Galo”, de Natal, cheguei a chamá-lo de uma verdadeira “instituição cultural”.(Alberto da Cunha Melo)

Exercícios circunstanciais. Pedro Vicente C. Sobrinho. Natal: Edições Coivara, 152 p., 1997.

11 comentários:

Anônimo disse...

Recebi e li, com receptividade empática, os seus exímios Exercícios circunstanciais, escritos com vigor e rigor, texto fluente e capacidade de informar sem “fofocalísticas” ou pontificações profissionais.
Marcos de Farias Costa – poeta e ensaísta

Anônimo disse...

“Ontem à noite me você me proporcionou bons momentos de leitura.(...) Obrigado Pedro, e obrigado pelo prazer da leitura que o seu livro Exercícios circunstanciais me proporcionou . Você é um belo ensaísta. Escreva mais, muito mais, dê vazão ao seu talento”.
Nei Leandro de Castro – poeta e romancista

Anônimo disse...

“Muito obrigado pela sua permanente generosidade e por me permitir agora, mais do que antes, conhecê-lo, não mais citado em diversos textos - entre os quais o do nosso comum e querido amigo Ascendino Leite -, mas, sobretudo através da leitura que acabo de fazer de seus Exercícios circunstanciais. É um trabalho que me deu não poucos elementos para minha reflexão, me enriquecido de modo especial no belo capitulo sobre a Nicarágua e de outras partes como “Pistoleiros do entardecer”, um texto provocador desde o titulo, mas, mais do que especificamente este ou aquele argumento tão bem enfocado por você, o que mais me revelou foi a sua sensibilidade, a sua capacidade de associação e o resultado a que tanto universos levam a se pensar de forma clara e bela o Brasil e o mundo”.
Marco Lucchesi – poeta e ensaísta (professor da UFRJ)

Anônimo disse...

“Espero que nenhum leitor se iluda com o charme do autor no pórtico deste livro: circunstanciais ou não, escritos para atender ou não, o que este livro revela é uma inteligência superiormente crítica e superiormente ordenada. A inteligência de um estudioso íntimo da palavra: que tema a tema, assunto a assunto, nos torna cúmplices de tudo quanto escreve, o que é uma forma de dizer que nos torna cúmplices das mais diversas circunstâncias da vida”.
Jaci Bezerra Lima – poeta e ensaísta

Anônimo disse...

“O novo livro de Pedro Vicente – Exercícios circunstanciais - induzi-nos às concepções do mundo-labirinto, de Friedrich Durrenmatt, onde o homem identifica-se, de início, com o Minotauro, depois com suas vítimas e assim, sucessivamente, com Dédalo e com Teseu. As mudanças de temas e as variações de formas conduzem-nos, leitores, presos ao autor, por um fio imaginário de Ariadne, até nos encontrarmos perdidos, ou seja, perdidos no seu labirinto-mundo, nos encontramos em nós, em nossas entradas e saídas, em nossos espaços e tempos. Viajamos fora e dentro de nós mesmos.Viajamos parados diante de cada página, diante de cada folha que discrepa conforme as estações. Pedro é um poeta? É um filosofo? É um sócio-político? É um historiador poderíamos continuar indagando, se este livro não fosse uma resposta de cada indagação. Pedro Vicente – em Exercícios circunstanciais (que não são exercícios de circunstâncias) é um escritor múltiplo , versátil, “plural como o universo” – como diria Pessoa. Ele nos mostra a sua face, o seu verdadeiro rosto, sob mil máscaras gregas, porém a sua voz – personae – é sempre a mesma, a única, indisfarçável sob os mil disfarces. Ele inventa o seu ensaio como quem cria personagens. Ei-lo no palco, as luzes estão acesas, sob as suas mãos, alguém, com a boca às escâncaras, move-se em seu joelho. Pedro Vicente, o ventríloquo, maneja o seu boneco. Começa o espetáculo das palavras.
Marcus Accioly – poeta e ensaísta (professor da UFPE)

Anônimo disse...

“Adverte o autor no prefácio desse seu novo livro que os escritos nele reunidos não se baseiam em nenhum critério de unidade ou qualidade. Discordamos da afirmação.
Se, aparentemente, os artigos tratam de assuntos diversos, isso não quer dizer que não formam uma unidade. Diríamos que, como caminhos convergentes, eles acabam por se encontrar numa qualidade que muito admiramos em Pedro Vicente Costa Sobrinho, certamente advinda de seu amplo leque de leituras: a abertura para as artes e ciências humanas. O autor transita com facilidade pelas artes plásticas, cinema, sociologia, política, gastronomia, literatura (as duas últimas não estão aí representadas) etc. e fornece ao leitor um painel – o painel contém uma unidade! – de um intelectual preso ao seu tempo e às circunstâncias. Mas a facilidade não quer dizer superficialidade. Pelo contrario, os artigos não são meros, registro de impressão, mas reflexões suscitadas por elas e que serão certamente, provocantes”.
Enid Yatsuda – professora da UNICAMP

Anônimo disse...

“Eu sou eu e minha circunstância”, ensinava Ortega y Gasset. Frase justa para entender esse livro e seu autor, alguém que não passou distraído pela vida. Chamo com atenção do leitor para o ensaio “Chico Mendes: a trajetória de uma liderança”, seguindo de uma entrevista com este herói popular mundialmente conhecido. Em meio à exploração comercial que se seguiu à morte de Chico Mendes, Pedro Vicente permaneceu fiel à sua amizade e avesso à badalação: a entrevista só veio a público anos depois, quando o assunto não era mais rentável, mas guardava ainda vivo todo o interesse político e teórico. A circunstância, a gora, pode ser revivida com seriedade no que ela tem de essencial. Não tirar partido das circunstâncias momentâneas para permanecer fiel ao que elas guardam de verdadeiro e perene é prova de honestidade. Uma razão a mais para se deixar mergulhar nos combates teóricos travados por esse autor inquieto, movido por uma curiosidade universal.
Celso Frederico – professor da USP

Anônimo disse...

“Pedro, Pedros... Nordestino/acreano Mário-andradiano, natalense por afinidades mutuas (não sei se é a cidade que tem mais razões para reinvidicá-lo, ou vice-versa) Pedro Vicente Costa Sobrinho só pode ser captado na sua pluralidade de interesses: sociólogo, ensaísta, gourmet e gastrônomo, cinéfilo e cineasta, enfim, historiador e pesquisador das inquietações do espírito e da carne, é sob a face do ensaísta, do sociólogo e do cinéfilo, de tudo isso junto, que ele aparece nestes Exercícios circunstanciais. Tenho uma preferência (não excludente dos demais ensaios) pelos escritos que ligam gastronomia & cinema, e pelo outro que trata do relato de Chico Mendes. A propósito já é tempo de Pedro Vicente nos dar seu livro de ensaios tratando não “em passant”, mas em profundidade, das relações do cinema com a literatura. Por enquanto, eles nos serviu só um couvert. Quando virá o prato principal? E a biografia definitiva de Chico Mendes!?...
Nelson Patriota – jornalista e ensaísta.

Anônimo disse...

“Foi reconfortante constatar que o autor é bom. (...) Fico feliz por você e pelo Rio Grande do Norte (...) os artigos que têm o cinema como tema estão ótimos”.
Gilberto Stábile – crítico de cinema.

Anônimo disse...

“Continuo lendo o seu livro. (...) A variedade temática tem me agradado bastante. Embora a aridez dos assuntos políticos possa criar certas dificuldades para os poetas, o livro oferece outras iguarias bem mais palatáveis. É o caso, por exemplo, do excelente trabalho sobre o filme A festa de Babette”.
Francisco Carvalho – poeta e ensaísta (da UFC

Anônimo disse...

Gostei muito do que você escreveu sobre a estupenda “A festa de Babette” e “O professor aloprado” (...) não conhecia esse seu talento, regozijo-me com a descoberta porque, além de gostar muito de cinema, já fui rato de cinemateca...

Ivan Junqueira – poeta e ensaísta (da Academia Brasileira de Letras)