Movimento de 35 é tema de seminário
O movimento de 1935, com a revolução comunista no Brasil será um dos temas centrais do dia de hoje no Colóquio de Ciências Sociais da UFRN. A abertura dos trabalhos de hoje iniciam logo mais, às nove horas, com o seminário "Movimento Revolucionário - 70 anos do Movimento Comunista de novembro de 1935 (1935-2005). Para debater o tema estarão presentes os professores José Antonio Segatto, doutor da UNESP, Antonio Natanael Martins Sarmento, da UNICAP, e Pedro Vicente Costa Sobrinho, da UFRN. O evento debate, até amanhã, sempre no auditório da Biblioteca Zila Mamede, temas como Globalização, hegemonia e controle hegemônico, o Novo Rural e a Redemocratização Brasileira 20 anos depois. Na programação de hoje, além dos debates sobre o Movimento de 35, há uma programação extensa, indo até as 21 horas.
NATAL, QUARTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO DE 2005 - DIÁRIO DE NATAL
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Historiador ressalta caráter popular do Movimento de 35, liderado pela ANL
Luís Zanini
Pedro Vicente Costa Sobrinho fez palestra na abertura da reunião do Diretório Nacional do PPS
O movimento deflagrado em 35 pela Aliança Nacional Libertadora, também conhecido como Intentona Comunista na versão dos militares que fomentaram o golpe de 1964, não foi um levante golpista, mas resultado de uma crise institucional séria no país e também da emergência de fortes movimentos populares. A avaliação é de Pedro Vicente Costa Sobrinho, professor universitário aposentado e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, estudioso do assunto e que também, por vários anos, foi dirigente comunista.
Conforme explicou Costa Sobrinho, em palestra proferida na abertura do encontro do Diretório Nacional do PPS, em Natal, o movimento de 35 precisa ser analisado a partir da agitação representada pela Coluna Prestes no final da década de 20, do aparecimento do Partido Comunista Brasileiro no cenário político nacional em 22 e também do avanço do incipiente movimento operário.
Sobrinho lembrou que os militares tiveram papel importante na eclosão do movimento. Na época, segundo o historiador, os militares críticos do governo se expunham publicamente e prestavam solidariedade ativa aos trabalhadores. De modo geral, as tropas dos batalhões do Exército, particularmente em Pernambuco e Natal, se negavam a atirar contra populares. Sobrinho cita o caso de militares do batalhão 29 BC, em Natal, que chegam a organizar caixa de apoio financeiro a grevistas, que exigiam, conforme documento distribuído na época, “dos imperialistas um pedaço de pão”.
Ao analisar alguns aspectos do movimento em Natal, Sobrinho ressaltou a influência decisiva dos comunistas de Mossoró, cidade detentora, na ocasião, de movimentos sindicais amplos, e onde se organizou guerrilha contra o governo do Estado e da União, que durou até 36. Outro fato interessante: ao controlar a situação política e militar em Natal, o núcleo da ANL teria organizado rapidamente um comissariado do povo, cujos titulares tinham idade média de 33 anos. Em outras palavras, o movimento de 35 fora organizado sobretudo por jovens.
“É uma brincadeira quando alguns historiadores negam à ANL caráter popular, particularmente em Natal, onde mais de 1.200 pessoas foram indiciadas criminalmente”, acentua Sobrinho.
Ao final de sua intervenção, Sobrinho ressaltou a falta de um tipo de estudo em relação ao movimento da ANL, em Natal: a participação das mulheres. Quando o cabo Giocondo Dias e outros companheiros militares tomaram o batalhão 29 BC, por exemplo, vários civis adentram o quartel e se fardaram. “Muitos deles eram mulheres”, afirmou Sobrinho.
O levante da ANL completa 70 agora em novembro e, de acordo com Sobrinho, foi um dos movimentos políticos mais importantes do país.
Após a palestra de Sobrinho, o presidente do PPS, Roberto Freire, ressaltou também a importância para a história do Brasil. “É importante frisar que nós, do PPS, estivemos lá”, disse Freire.
Fonte: site do Diretório Nacional do PPS.
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Palestra sobre Florestan Fernandes
Estudantes dos cursos de Ciências Sociais e Jornalismo da Universidade Federal do Acre (UFAC) terão a oportunidade de saber mais sobre a vida e a obra do sociólogo Florestan Fernandes no próximo dia 18, a partir das 19h, no campus universitário - Bloco Walter Félix de Souza.
É que as respectivas coordenações dos cursos vão promover uma palestra sobre o citado intelectual, a ser proferida pelo sociólogo Pedro Vicente Costa Sobrinho, professor aposentado da Ufac e doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP).
Embora a atividade, em princípio, esteja voltada para os discentes dos cursos de Ciências Sociais e Jornalismo, quaisquer estudantes interessados no tema poderão assistir à palestra de Pedro Vicente.
Fonte: site da Fundação Joaquim Nabuco de Ciências Sociais – Recife-PE
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Vida e obra de Karl Marx
Professor Pedro Vicente Costa Sobrinho, doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP), vai proferir palestra sobre “Vida e Obra de Karl Marx” no dia 5 de maio, a partir das 19h, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (ADUFAC).
Promoção do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Ufac, a palestra é comemorativa dos 190 anos do nascimento do pensador alemão.
Fonte: site da Universidade Federal do Acre - UFAC
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Ufac abre as comemorações dos 190 anos de Karl Marx
O Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Acre - Ufac abriu as comemorações alusivas aos 190 anos do nascimento do pensador alemão - Karl Marx principal expoente do materialismo histórico. Para abrir o evento que contará com uma extensa programação dos cursos de História e Ciências Sociais, o professor Pedro Vicente Costa Sobrinho, doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo - USP proferiu uma palestra sobre “Vida e Obra do autor da obra: O capital, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (ADUFAC).
Fonte: site da Universidade Federal do Acre - UFAC.
Veja na secção Comentários, resenha da palestra escrita por Cezar Negreiros.
Um comentário:
VIDA E OBRA DE KARL MARX
Cezar Negreiros
O conferencista destacou a militância do aluno do curso de Direito da Universidade de Bonn, na Alemanha, que durante a sua trajetória universitária foi influenciado pelos ensinamentos do velho mestre Hegel. Aproveitou a ocasião, para fazer um paralelismo entre as duas correntes (conservadora e progressista), que deixava o governo prussiano em completo estado de alerta com os rumos da academia.
Deste contato, com os tratados filosóficos do precursor do absolutismo alemão, o estudante abandona a ciência prática, para se enveredar pelo caminho dos clássicos da cultura helenista (filosofia grega). Formula com isso, o primeiro tratado sobre os velhos mestres do materialismo ocidental (Demócrito e Epicuro), que lhe garante o título de doutor da Universidade de Berlim.
Mais adiante, o professor Pedro Vicente fez questão de ressaltar o engajamento de Karl Marx na imprensa alternativa da cidade de Colônia, na Alemanha. Segundo ele, o pensador alemão galgou todos os cargos de uma redação (repórter, secretário de redação e editor), até o governo alemão baixar um Decreto fechando o principal periódico dos movimentos populares que eclodiam na comunidade européia. Desempregado, o militante político migra para a França, para tocar um jornal que defenderia os direitos universais dos trabalhadores, mas por falta de recursos, somente dois números do periódico chegam às bancas.
Correio da Boa Notícia - Em Paris, o jornalista conhece o conterrâneo Friedrich Engels, que vivia radicado na Inglaterra (berço da Revolução Industrial). Nesta época, Marx redige "Contribuição à crítica da filosofia do direito de Hegel". Em parceria com o novo amigo, escrevem a obra: "A Sagrada Família", uma crítica a teoria hegeliana. Com o fracasso do novo empreendimento editorial, muda para a cidade de Bruxelas, capital da Bélgica, para conhecer o movimento da Liga dos Operários. Em 1848, Marx e Engels publicam o "Manifesto do Partido Comunista", que refletirá no primeiro esboço da “teoria marxista”. O texto reflete sobre os fundamentos de um movimento de luta contra o capitalismo e defendem a construção de uma sociedade sem classe e sem Estado.
Ao retornar a cidade de Colônia, lança a "Nova Gazeta Renana", jornal que se transforma na principal bandeira da causa dos operários. Expulso da Alemanha, Marx refugia em Londres, onde enfrenta as agruras do dia-a-dia. Desta dificuldade cotidiana, aprofunda os seus estudos em economia e de história e passa atuar como correspondente de jornais dos Estados Unidos da América sobre política econômica.
Os ensinamentos marxistas influenciam Lênin que consegue implantar o regime comunista na República Popular da União Soviética. As idéias de Marx contribuíram sobremaneira para influenciar os historiadores e cientistas sociais, que lançam mão de “O Capital” em busca de compreender a sociedade moderna e forma de produção do sistema capitalista.
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Fonte: Jornal O Rio Branco.
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