O futebol é amor e paixão de todos ou da maioria dos brasileiros. Esse fato parece indiscutível, ou óbvio e ululante como diria nosso cronista e dramaturgo maior Nelson Rodrigues. Outro invejável atributo do brasileiro amante do futebol é ser potencialmente um técnico dessa modalidade esportiva, bastando uma pequena provocação para que ele se revele e ousadamente escale a equipe pela qual torce, demonstrando cabalmente sua competência e mestria quanto ao assunto. E quanto se trata do escrete nacional, aí é que a coisa vai longe: ele convoca e desconvoca jogadores, escala o time e admite e dispensa o treinador. Dessa imensa fauna de sabidos e proficientes do futebol com certeza eu faço parte, portanto não abro mão de escalar a seleção brasileira de todos os tempos, e, por sua vez, descarto qualquer sugestão que venha contrariar meus sólidos critérios de escolha.
Alguém naturalmente vai ter a ousadia de perguntar a esse bloguista a respeito do seu currículo esportivo. Não seria necessário responder a ele com detalhes, pois bastaria ser brasileiro, torcer pelo Flamengo e ter uma nega chamada Teresa. Como me falta porém a graça do último bem querer, eu informo ao desavisado que fui perna de pau no time infantil do Ferroviário de Ribeirão pernambucano, li muito revistas e jornais esportivos, escutei com excesso transmissões radiofônicas esportivas e, sobretudo, fui leitor contumaz e ouvido atencioso das muitas estórias sobre futebol que me foram contadas por cronistas profissionais e narradores populares. Se não estiver satisfeito, pouco faço caso.
Agora é a minha vez. Confesso sinceramente que não aguento mais ler, ouvir e ver a interminável e irrelevante peroração dos atuais ditos entendidos da crônica esportiva profissional brasileira. E ainda muito mais difícil é suportar a patriotada de certos narradores do rádio e televisão brasileiros. Com saudosismo, como fazem falta João Saldanha, Leônidas da Silva, Nelson Rodrigues, Armando Nogueira, Barbosa Lima, Valdyr Amaral, Pedro Luiz, Edson Leite, Geraldo Bretas, Ely Coimbra, J. Soares, João Machado, Campos Pereira e tantos outros. Todos contemporâneos dos meus tempos: infância, adolescência e adulto. Agora só me resta o alento de ler Francisco Dandão, que faz crônica esportiva no Acre com engenho e arte. Sem mais perda de tempo, lá se vai, portanto, o escalamento do timão sem contar com os Romários, Ronaldos e Ronaldinhos, endinheirados cavaleiros do futebol decadente das últimas três décadas. Fica ainda o desafio: escalem o time que possa se confrontar com esse meu escrete e seu esquema tático: 4-2-4:
GILMAR, DJALMA SANTOS, DOMINGOS DA GUIA, CARLOS ALBERTO TORRES e NILTON SANTOS; DIDÍ e ZIZINHO; GARRINCHA, LEONIDAS DA SILVA, PELÉ e JULINHO ou CANHOTEIRO.
Pra parar esse time, só o Juiz ladrão, personagem do belíssimo filme BOLEIROS.
Nota: A seleção brasileira de 1958, considerada o escrete de ouro, e a seleção de 1962 entram na minha seleção de todos os tempos com 6 (seis) craques titulares;a seleção de 1970 com 2; a seleção de 1954 com 4; a seleção de 1950 com 1; e a seleção de 1938 com 2. Veja na foto acima o escrete de ouro de 1958.
Um comentário:
So para completar essa magnífica seleção, do tempo que o futebol não era essa horda de mercenários, escalaria 3 reservas de ouro.
Tostão, Rivelino, la patada atomica, e Brito, zagueirão na copa de 1970.
Não ía ter para ninguém.
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