Leonel Brizola |
1981. Era janeiro, salvo
engano, quando casualmente encontrei na banca de revistas de Ariosto, na Praça
Plácido de Castro, um certo Danilo. De
rápido, ao comentar as manchetes dos jornais que havíamos comprado: Folha de
São Paulo, Estadão e Jornal do Brasil, fomos então atraídos por certa identidade
de ponto de vista político e assim alongamos a nossa conversa. Daí então, eu
convidei Danilo a me acompanhar até a Miragina, lanchonete e pizzaria que
ficava bem próxima da já referida praça. A nossa conversa foi todinha sobre
Brizola e o PDT. Danilo era dentista, ex-oficial cassado da Polícia Militar
gaúcha, amigo íntimo de Leonel Brizola e de sua esposa Neusa; viera ao Acre com
a missão de organizar no estado o PDT, mas estava tendo muita dificuldade
porque lhe faltava contatos locais. A indicação do jornalista Sílvio
Martinello, que lhe fizera, no Rio, José Talarico, ex-editor-chefe do Jornal do
Brasil, como contato inicial não funcionou, porque este não revelara nenhum
interesse na organização do PDT no estado. Danilo não sabia por onde começar. Falei pra ele que era um homem de
esquerda, contudo, comprometido com outro projeto, e que até agora eu não entendia a briga de Brizola com Ivete
Vargas pela sigla do antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Há pouco
tempo havia, no Rio de Janeiro, conversado com o ex-deputado federal do PTB,
cassado pelo golpe militar, Paiva Muniz, colega de trabalho no SENAC, e ele
disse-me que a culpa maior pela briga era do Brizola, e o seu incontrolável
caudilhismo; inclusive, revelei pro Danilo, que havia, sem maior compromisso,
prometido a Paiva Muniz ajudar na
organização do PTB no Acre, só que até agora não tinha sido procurado por
ninguém.
Dias depois, numa manhã, Danilo
foi até o SESC me procurar pra dizer que ia voltar pro Rio sem nada fazer, e o
pior, a direção do PDT contava com o Acre para fechar os doze ou treze
diretórios estaduais mesmo que provisórios exigidos pela Legislação Eleitoral
para que o partido pudesse concorrer ao próximo pleito: eleições para governos
de estado e legislativos estadual e federal; se isso viesse acontecer a
candidatura de Brizola ao governo do Rio poderia estar comprometida, além disso
o partido ficaria impedido de participar das eleições, portanto não teria
nenhuma representação parlamentar. Diante
da seriedade da situação, eu me comprometi ajudá-lo, e então marcamos encontro à
noite no Hotel Inácio, onde ele estava hospedado.
Logo que ele saiu de minha
sala, eu telefonei pra Ana Maria, então minha esposa, e relatei a conversa.
Adiantei pra ela, que única alternativa viável era contatar com os gaúchos que
conhecíamos no Acre, pois dentre eles certamente haveria admiradores de Leonel
Brizola. Pensei de imediato em Eliseu,
aluno do curso de Direito da UFAC, de quem me tornei amigo desde quando ele
chefiava a oficina mecânica da Acrevelimda; e Geraldo, dono de empresa que prestava serviço de
assistência às máquinas de datilografia do SESC e SENAC, com quem mantinha uma cordial
relação de amizade. Mais ainda, contaria certamente com meu amigo Zé Chumbinho, jornalista que havia
trabalhado no jornal alternativo Varadouro, e que, ora, era meu assessor no
SESC. Ana Maria, por sua vez, conhecia
um grupo de gaúchos: caminhoneiros que transportavam barro e piçarra para obras
de aterro e abertura de estradas da Prefeitura de Rio Branco; ora, ela
era secretária de Luís Pereira,
Secretário de Finanças do Município.
De rápido, iniciamos os
contatos. Ana Maria, além de manter contatos com pessoas próximas como Cléa e alguns gaúchos, procurou arregimentar aqueles que ela considerava lideranças:
Marcelino e Irineu; estes convidaram outros; lembro-me bem de Marcos, Coca e
Corsino. De outro, também amigo dela, Isaac Nogueira, acreano do velho PTB, que
tinha um filho de nome Leonel Brizola, que nos levou a outras pessoas que
vieram a se integrar ao PDT, dentre elas o pandeirista Evródio Farias. A
recepção por parte das pessoas inicialmente contatadas foi muito boa, pois
Brizola era muito respeitado e querido pelos gaúchos, agora cabia convocar reunião
com a presença de Danilo e dar o ponta pé inicial para efetiva criação do PDT
no Acre.
A primeira reunião foi realizada na casa em
que morava na Travessa Amapá; nela eu
fiz questão de frisar de que não aceitaria nenhuma indicação para o núcleo
inicial de direção do PDT, pois a minha opção política no momento era outra,
mas podiam contar comigo em todas as ações que tivessem por objetivo a criação
legal do partido no Acre. Ana Maria, por sua vez, engajou-se na luta pela
fundação do PDT, passando a integrar o núcleo provisório da direção. Como desfecho da reunião foi acertado que
Danilo voltaria ao Rio com a missão de convencer Brizola a vir a Rio Branco,
pois sua presença seria imprescindível para ampliar a adesão de gaúchos e
acreanos do velho PTB ao novo partido.
Em 12 de março de 1981,
Leonel Brizola veio pela primeira vez ao Acre, foram seus acompanhantes Danilo,
o deputado federal pelo Rio de Janeiro, José Maurício Guimarães, e Erasmo
Chiapetta, deputado estadual gaúcho. O recém-criado
núcleo local recepcionou Brizola no
Aeroporto e com almoço no restaurante do Inácio Palace Hotel; houve boa presença de gaúchos e alguns acreanos, e eu
fiz questão de estar presente acompanhando Ana Maria; ainda quero destacar a
presença à recepção do meu saudoso amigo José Mastrangelo. O informante da
Polícia Federal fez o seu trabalho, e que apareceu no meu dossiê junto aos
órgãos de informação da Ditadura Militar nos seguintes termos:
“Em 12 de Marc. 1981, foi um
dos que recepcionaram no Aeroporto de Rio Branco/AC o presidente nacional do
Partido Democrático Trabalhista (PDT) que, durante sua estada na capital acreana,
conferiu poderes a um grupo regional, integrado pelo requerente (eu), para
orientar a estruturação do partido no Estado.”
Cabe realçar que não é
verdade que eu fui indicado para integrar o tal grupo regional, mas Ana Maria,
minha ex-esposa sim, e outros gaúchos e acreanos de quem não me lembro dos
nomes. Brizola também não indicou ninguém, pois a escolha do núcleo regional
foi decisão local.
Dessa visita de Brizola,
além da presença marcante do grande caudilho, outro fato merece registro para a
história política e dos meios de comunicação do Acre. Em conversa comigo, Brizola
perguntou se havia rádio e televisão na cidade, e se ele podia dar entrevista
ou coisa parecida. Falei pra ele que o dono da estação de televisão local
associada da rede Globo, Tufic Assmar, era muito conservador e, daí, eu
considerava que a porteira da TV Acre estava fechada. Quando falei Assmar, Brizola animou-se, e
disse: “deve ser parente do meu velho amigo do PTB, já falecido senador Eduardo
Assmar.” Mastrangelo, que estava ao meu lado, respondeu Tio. Brizola, então nos
pediu pra localizar Tufic Assmar, pois ele iria conversar pessoalmente com
ele. Depois do almoço, nos dirigimos até
a TV Acre, onde Tufic sempre estava.
Logo ao chegar, Brizola
cumprimentou efusivamente Tufic Assmar, disse-lhe que viera até ele ao saber
que o seu saudoso amigo do PTB, Eduardo Assmar, era seu sobrinho. Brizola falou
então de modo persuasivo sobre sua fraternal amizade com Eduardo Assmar; naturalmente,
a resistência de Tufic foi pouco a pouco sendo vencida e ele, num gesto que eu
não contava, chamou Campos Pereira, ora chefe de reportagem da TV Acre, e
determinou que ele fizesse entrevista com Brizola e pusesse no ar a noite no
jornal local da TV. A entrevista foi longa, e, salvo engano, repetida mais de
uma vez. Estranho! Os jornais locais,
creio eu, silenciaram, e não apareceu
sequer um repórter para cobrir a presença em Rio Branco de um dos mais
importantes líderes políticos do Brasil no século vinte. A confirmar.
Daí por diante foi trabalho
duro de filiação e realização das convenções municipal e estadual. Os municípios escolhidos foram Feijó,
Xapuri, Brasiléia e Rio Branco. Por ser a coisa nada fácil, o PDT nacional
destacou pra assessorar o núcleo local o deputado Erasmo Chiapetta, que já
viera ao Acre participar de homenagem ao Plácido de Castro, gaúcho líder na
luta pela incorporação do Acre ao Brasil; pois ele era conterrâneo de Plácido.
Outros que vieram prestar apoio, sobretudo concernente a parte jurídica, foram
os deputados federais José Maurício Guimarães (Rio) e Magnus Fernandes, este
gaúcho.
O trabalho de filiação foi
mais que dureza. Para Feijó, contratou-se um filiador profissional; depois
de feitas as filiações foi uma pessoa para articular a escolha da Comissão Provisória local. Para Xapuri e Brasiléia deslocaram-se Ana Maria, Clélia e Erasmo
Chiapetta. Fato digno de registro em Xapuri: Chico Mendes, que era vereador à
época pelo MDB, ajudou bastante no trabalho de filiação, inclusive sugeriu o
nome para dirigir provisoriamente o PDT no município, um amigo seu seringalista
de quem eu não me lembro do nome, que antes do golpe militar havia sido dirigente
local do PTB.
De reunião a reuniões, a
maioria delas feitas em minha residência foi montada a estrutura inicial do PDT
no Acre. E daí, então, foram realizadas as convenções e escolhidos as Comissões
Provisórias Municipais de Brasiléia, Xapuri, Feijó, Senador Guiomard e Rio Branco, e a
estadual. A presidência ficou com Ana Maria, que resistiu ao golpe de
candidatos de última hora, que queriam usar conjunturalmente o partido como
moeda de troca.
Eu, que de certo modo só fiz
colaborar financeiramente e com o prestígio que desfrutava junto a certo
círculo de pessoas que tinham proximidades com minhas idéias e admiravam o meu
trabalho como professor fui vítima de algumas fortes bordoadas que passo então
a narrar.
A primeira, de triste memória, vinda de Sílvio
Martinello, ora correspondente no Acre do Jornal do Brasil. Eis os fatos. No
último dia para que fosse feito o registro nacional dos partidos políticos,
prazo exigido pela Legislação Eleitoral
editada pelo que restava da Ditadura Militar, o JB fez uma avaliação
nacional dos partidos que haviam conseguido se viabilizar, atendendo os ditames
da Lei. O PDT era um deles, e seu registro validava a candidatura de Brizola ao
governo do Rio de Janeiro. Os milicos ficaram fulos da vida, porque Brizola era
uma figuras mais odiadas pela cúpula da ditadura militar nesse tempo nem tanto
de abertura política. Sílvio em sua
matéria pro JB, dizia entre coisas que eu havia sido responsável pela
organização do PDT no Acre, e mais sério que eu tinha usado a estrutura da delegacia do
SESC para tal fim. Logo pela manhã desse dia, eu recebi telefonema de Juvenal
Fortes Filho, meu amigo no Departamento Nacional do SESC, informando-me da matéria no JB, e disse-me que essa notícia já estava
circulando no Gabinete do Diretor Geral, Osvaldo Kilser. Outros telefonemas foram feitos por Jaime
Ariston e Cláudio Gurgel comentando a mesma coisa. O presidente da CNC, Antonio
de Oliveira, por sua vez, tomaria certamente conhecimento do referido noticiário.
É evidente que eu jamais poderia negar que participei muito da organização do
PDT no Acre, mas a insinuação de que fiz uso de recursos do SESC, tratava-se,
portanto, de uma mentira deslavada. O dedurismo voluntário ou involuntário do
Sílvio ficou explícito, e era em nível nacional, só me restou então aguardar as
consequências da denúncia. De imediato, pareceu-me que a denúncia não tivera
repercussão e que não surtira qualquer efeito, mas pouco tempo depois, sub-repticiamente
ela aflorou quando do episódio de minha demissão do cargo de Delegado Executivo
do SESC no Acre. Recentemente, ao ler o depoimento do Delegado Cláudio Guerra
no livro "Memórias de uma guerra suja", dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério
Medeiros, pude melhor avaliar o ódio que os militares de linha dura nutriam com
relação a Brizola, pois chegaram a organizar dois atentados contra sua vida, e
para isso usaram o SNI e o CENIMAR, este último era o órgão de inteligência e
repressão da Marinha brasileira. Os atentados foram muito bem planejados, no
entanto, por mera ação do acaso não tiveram sucesso, e Brizola em vida sequer
tomou deles conhecimento.
A segunda bordoada veio de
Paiva Muniz, ex-deputado federal cassado do PTB pelo golpe militar. Paiva, com
a mediação de meu saudoso amigo Jaime Ariston, havia me pedido pra ajudar na
fundação do PTB no Acre, eu me dispus a atender seu pedido, desde que fosse
contatado pelas lideranças locais. Não apareceu ninguém. Ivete Vargas esteve em
Rio Branco e só vim a saber através dos jornais. Eu confesso que não tinha
nenhuma simpatia por tal figura, e o meu envolvimento que seria muito restrito
era apenas para atender ao pedido de
Paiva Muniz, que trabalhava na Direção Nacional do SENAC, e era muito querido e
respeitado pelo grupo de esquerda que com ele convivia. Ivete já tinha nomeado
o seu cacique para o Acre: coronel Natalino de Brito, ex-presidente da
Eletronorte e nome supostamente ligado aos militares da linha dura. O subchefe
do PTB era o então advogado trabalhista Pedro Marques, personagem importante na
defesa dos trabalhadores rurais e seringueiros do Acre. Dele é que partiu a
informação enviesada de que eu pra contrarrestar a organização do PTB no Acre
havia me engajado na organização do PDT. No Rio de Janeiro, Jaime motivou
almoço comigo, ele e Paiva Muniz, e durante o encontro e a conversa franca o fato foi esclarecido e,
aparentemente, houve certa reconciliação entre nós dois. Natalino de Brito foi
o candidato pelo PTB ao governo do Acre nas eleições de 1982; este, vez por
outra me procurou e sempre foi atendido em minha casa para duplicar, no meu
sistema de som, suas fitas de propaganda política que seriam veiculadas no
rádio e no retrato flado da televisão no horário eleitoral.
O convívio com lideranças do
PDT foi muito profícuo; nele conheci o economista Paulo Timm, Danilo que veio a
ser subchefe da Casa Militar do governo Brizola, Anacleto, filho de Francisco
Julião, Erasmo Chiapetta, José Maurício, Doutel de Andrade, e muitos outros que
já me esqueci dos nomes.
Dois fatos pitorescos eu não
poderia deixar de registrar desse meu rápido convívio com os pedetistas. O
primeiro deles contado por Paulo Timm sobre certo brizolista que fora por
orientação de Brizola candidato ao governo do Paraná pelo PDT. O tal candidato
tinha gasto todas as suas economias na campanha, portanto, falido e
desempregado, viera pro Rio de Janeiro pra ver se conseguia arrumar emprego, já
que Brizola havia sido eleito governador. Pediu audiência com Brizola pra
relatar sua situação. Brizola o recebera e ouvira pacientemente toda a
conversa, e logo que ele concluiu, chamou Paulo Timm, Danilo, Cibilis Viana e
outros e falou: “Pessoal, tai fulano, o novo fisiológico, veio pro Rio se
arranjar num cargo público; nada disso Chê, volta pro Paraná, lá é que o
partido tá precisando de você;” e logo o descartou. Ainda bem que o pessoal foi
mais sensível e conseguiu com Darcy Ribeiro lugar pra ele de assessor na
Secretaria de Educação do estado. Mas ficou todavia condicionado que ele não
podia de modo algum ser visto por Brizola. O tal personagem estava conosco
durante a conversa e confirmou a história. Durante os quatro anos do mandato de Brizola,
eu suponho que ele teve de permanecer na clandestinidade. O outro fato que
agora registro ocorreu no Acre. Num dos encontros com Doutel de Andrade, Ana e
eu falamos pra ele da necessidade de o quanto antes consolidar o partido no
estado, e para isso era imprescindível a conquista de uma liderança importante
no Acre para integrar e até mesmo para dirigir o PDT local, e o ex-governador
Geraldo Mesquita seria o nome alvo, quer
por sua integridade moral, quer por seu reconhecido prestígio intelectual e
político. Pra que isso viesse a acontecer o partido teria que mandar ao Acre um
emissário autorizado pela direção nacional a fazer os contatos iniciais com
personalidades representativas da política local. Passado meses, eu recebi
ligação telefônica local de um certo Epílogo, ex-deputado federal pelo Pará,
cassado pelo AI5, que havia sido assessor de Jarbas Passarinho no MEC, e que
estava em Rio Branco pra manter contatos
em nome da direção nacional do PDT com o diretório regional do Acre. Disse-lhe
que não era comigo que ele deveria falar e sim com Ana Maria, Eliseu etc., mas
que iria dar o recado para o pessoal. Ele disse-me onde estava hospedado, e na
mesma tarde fomos eu e Ana Maria ao seu encontro. Facilitamos a missão do tal
Epílogo e, após rápida conversa, fizemos então o encontro dele com Geraldo
Mesquita. Adiantamos pra ele, contudo, que Mesquita era um homem pobre, vivendo
de sua aposentadoria e que não tinha dinheiro pra investir na construção do
partido no estado. A conversa foi muito cordial, segundo relato de Ana Maria,
mas nada de concreto daí resultou, pois Epílogo não viera investido de nenhuma
autoridade pra negociar qualquer acordo. Dias depois nos telefonou Doutel, e perguntou
sobre as démarches; durante o diálogo Ana Maria foi curta e grossa: “Doutel, no
Acre a gente está precisando de um prefácio, tudo de comecinho, e você nos
manda um Epílogo. Estaca zero.”
Passado todos esses
anos, quando eu olho pro PDT de hoje e, sem muito rigor analítico, concluo que
essa criatura é obra e graça do seu criador, o caudilhismo do grande líder
Leonel Brizola. O seu criador incorporou tanta gente sem usar qualquer critério
de escolha que gerou esse Frankenstein, infestado de corpo e alma, ao perpassar
dos anos, por ademares, garotinhos, miros, lupis e tantos outros. Depois do senador Mário Maia, nada eu sei da
trajetória do PDT no Acre, mas me parece que ora, salvo engano, um dos seus
líderes é o deputado Luis Tchê, certamente o partido ora faz parte da base
aliada do Governo do PT no Acre
Nenhum comentário:
Postar um comentário