Região do Seridó |
Movimentam-se
as lideranças regionais para a criação da Universidade do Seridó. À frente
estão a Igreja, os prefeitos da região, os intelectuais e educadores do porte
de um Laércio Segundo de Oliveira. Nada mais justo, adequado, produtivo. Ao
longo do tempo, a UFRN qualificou um excelente corpo docente em Caicó e Currais
Novos.
O Governo Federal deu
exemplo criando a Universidade Federal de Campina Grande e a Universidade do
Semiárido em Mossoró.
Grandes homens o
Seridó dá ao Brasil. Lembro o pioneiro administrativo Amaro Cavalcanti; o santo
padre João Maria; o poeta e profeta Manoel Dantas, grande em ser, em saber, em
prever; o político e educador brasileiro José Augusto; o produtivo líder Pe.
Brito Guerra; o administrador e escritor Juvenal Lamartine; o monsenhor
Walfredo Gurgel, humanista, líder cristão.
Muitos, muitos outros fizeram a construção da identidade regional, da
homogeneidade espiritual seridoense, como Dinarte Mariz, criador da UFRN. Lá no Seridó há luz, cor, calor e também uma
forma de viver e de agir próprias do local.
Há uma energia que, às vezes, excede as mais otimistas expectativas, com
característica da personalidade regional, da sua fisionomia, sua imagem.
O Seridó é uma
civilização solidária. Desde que
consideremos civilização sob um ponto de vista conceitual menos amplo do que o
aplicado, costumeiramente, à nação.
Região desfavorecida pelo clima, nuvens e chão; é beneficiada pelo
homem, sua vontade, sua decisão. E pelas
bênçãos de Deus.
A civilização do
Seridó é uma herança cultural que se baseia em vontade coletiva, impossível de
ser medida. Tem, na base, suas
propriedades rurais que são historicamente unidades autônomas. Com produção agrícola, de gado, e de peixes
dos milhares de pequenos açudes cavados pela mão do homem.
Pesquisa realizada
pela Universidade Federal de Pernambuco na região seridoense em nosso Estado,
sob a orientação da professora Gabriela Martins Souto Maior, chega à conclusão
de que o brasileiro mais desenvolvido está no Nordeste, notadamente no Rio
Grande do Norte e precisamente no Seridó. A pesquisadora constatou isso a
partir das pinturas rupestres nos sítios arqueológicos nos sertões seridoenses.
Diz a Dra. Souto Maior “que há dez mil anos o homem vivia no Seridó em fase
adiantada. Já entendia de navegação e fabricava redes de dormir, o que
demonstra uma civilização bem adiantada”.
O Seridó constrói
adesões ao seu código de conduta e ao respeito à terra. Sei de ciência própria, porque fizemos
juntos, o Seridó e a UFRN, o Campus Universitário de Caicó, que seria orgulho
para muitas universidades brasileiras. O Campus de Currais Novos também
coleciona êxitos. A Universidade no
Seridó nasceu não de agora, mas da primeira escola de latim e francês do padre
Guerra, como nasceu dos grandes vultos do seu passado.
Penso que o pleito,
imprescindível e urgente, é reconhecido por nossa Universidade Federal.
Evidentemente, o mais alto patrimônio cultural do Norte e Nordeste do país
apoiará a iniciativa. É a vez da união da classe política, de todo aquele que
ama a cultura, o saber produtivo, enfim, dos que querem bem ao Rio Grande do
Norte.
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