Ao reunir em livro alguns artigos que publicou em jornais e sites, Nelson Patriota adotou como critério para seleção do material a escolha essencialmente de peças que tratam de assuntos, temas e autores potiguares; sem faltar contudo outras letras (nacional e estrangeira), para ser fiel ao autor. Numa de nossas conversas, obviamente, depois de à saciedade haver lido os textos, eu de pronto discordei do título do livro, pois achei que era um tanto provinciano e até pedestre, isso porque, a meu ver, ele, o título posto, não estava em sintonia com a grandeza e o alcance literário dos artigos reunidos. Mas, sem cessar a discórdia, eu ponderei que a melhor saída, certamente, é submeter à matéria do livro ao crivo e julgamento crítico do leitor, o seu real, mais nobre e efetivo destinatário.
Não ouso de modo algum comentar nem sequer eleger um dos artigos para servir de norte e, portanto,, procurei com isso evitar o vezo da indicação de guia para orientar a leitura do livro, pois reconheço que todos os textos são essenciais, e o melhor que faço é recolher-me humildemente nos limites das orelhas que me foram dadas, como parte generosa que me coube nesse latifúndio de letras.
É, com certeza, um privilégio ser leitor desse cardápio de artigos quase ensaios que Nelson nos serve, pois sua leitura nos leva a entender melhor assuntos, livros e fatos comentados, numa prosa digna dos melhores mestres da literatura nacional. Cabe ao leitor, portanto, construir sua própria estrada ao enveredar-se por esse curso de fantasia e sonhos que o livro nos oferece, pois segundo orientou o grande poeta ibérico Antonio Machado: “caminhante não há caminho, o caminho se faz ao caminhar”.
Resta-me, então, somente dizer como fecho que a Nelson aplica-se o que disse Fernando Monteiro com relação a Ernesto Sábato, ele é, sem qualquer arroubo impressionista, um dos poucos intelectuais de corte renascentista de nossa geração. Ave Nelson!
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